Com vestígios arqueológicos desde o período neolítico e com cultivos apontados há pelo menos 6 mil anos, a uva é a quarta fruta mais produzida no mundo (depois das bananas, maçãs e laranjas). E Jundiaí marcou seu nome nessa história como a terra natal da variedade Niágara Rosada, surgida em 1933, e também com registros de seu cultivo desde o século 17.
Em um levantamento usado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, a área plantada com videiras no Brasil chegava a 81.355 hectares em 2009 (de acordo com a FAO, a Organização Mundial de Alimentos). No Estado de São Paulo, 30% da produção é originada em Jundiaí (em parte com aumento de produtividade das 1,5 mil propriedades rurais) e muito do restante está em municípios “colonizados” pela viticultura jundiaiense.
A 33ª Festa da Uva e a 4ª Expo Vinho, de 14 a 31 de janeiro de 2016 no Parque Comendador Antonio Carbonari, celebram essa longa história colonial que ganhou novo impulso depois da imigração italiana e é parte da própria identidade cultural da cidade.
O Brasil está entre os 15 países líderes da produção de uva no mundo, entre aqueles que ampliaram esse cultivo em 2010 ao lado de Estados Unidos, China, Chile, Turquia e Egito. A produção ficou estável na Alemanha, África do Sul, Índia e Irã. E foi reduzida levemente na Austrália, Argentina, França, Espanha e Itália.
Os dados são em sua maior parte de estudo coordenado pelo pesquisador Marco Antonio Tecchio, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
De acordo com o levantamento estadual LUPA, de 2010, a área produtora de uvas de mesa em Jundiaí chegou a 1.843 hectares no começo da década, seguido por Indaiatuba (812 ha), São Miguel Arcanjo (779 ha) e Porto Feliz (561 ha).
Mas, além de sua própria área e dos pontos de “colonização” mais distantes, Jundiaí também é reforçada regionalmente nesses dados por Itupeva (518 ha), Louveira (328 ha), Jarinu (274 ha), Itatiba (185 ha) e Atibaia (164 ha). Apenas nesta região havia uma área ocupada pela viticultura em 2010 de 3,312 mil hectares ou 33 milhões de metros quadrados, antes da última grande onda imobiliária.
“Mesmo com redução de propriedades ativas, a produção em Jundiaí será mantida em torno de 25 a 27 mil toneladas nesta safra por conta do aumento de produtividade”, afirmou o secretário Marcos Brunholi em visita técnica à plantação do produtor Moacir Mazzi, de que também participaram o prefeito Pedro Bigardi e a rainha e as princesas que formam a Corte da Uva.
As variações de espécies ocorrem dentro de dois grandes eixos botânicos, que são as uvas europeias ou finas (Vitis vinifera), subdivididas em uvas para mesa e uvas para vinho, e também as uvas americanas ou rústicas (Vitis labrusca), em que está a característica local da Niágara Rosa entre as uvas para mesa e as uvas de vinhos de tipo colonial das adegas familiares e sucos.
Prefeitura de Jundiaí