O turismo de experiência, que valoriza as características históricas, do saber-fazer, da paisagem e da cultura dos lugares visitados, foi o tema principal de palestra promovida na segunda-feira (10) no auditório do Paço Municipal. A atividade é parte dos trabalhos do Projeto Rotas Turísticas, da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, com participação de moradores das regiões do Caxambu, da Terra Nova e do Traviú, além de demais empreendimentos turísticos e instituições do setor.
“Podemos comparar esse fenômeno com o que aconteceu na área gastronômica na mudança do fast food para o slow food. Trata-se agora de algo como um slow life, buscado por quem vive no ritmo urbano acelerado”, explicou a diretora de Turismo, Marcela Moro.
É nesse sentido que o Projeto Rotas Turísticas vem sendo trabalhado na Prefeitura de Jundiaí para integrar aspectos econômicos, ambientais e culturais em cinco roteiros inicialmente pensados para a cidade. Estão em implantação dois deles (Rota da Uva, na região do Caxambu, Toca e Roseira, e a Rota da Terra Nova, no bairro de mesmo nome).
O secretário da pasta, Marcos Brunholi, lembra que existem ainda três roteiros adicionais apontados no projeto que são a Rota da Cultura Italiana, no bairro do Traviú, o Centro Histórico e outro mais ecológico, em estágio de discussões iniciais, na Serra do Japi. A prioridade é dar ênfase na diversidade de atrativos existente na cidade.
Oportunidade
A palestra mostrou que o turismo rural atingiu o patamar de 12 mil propriedades participantes em todos os estados brasileiros e que novas legislações estadual e federal estão sendo construídas em torno disso. Mostrou também que a história e as tradições dos estabelecimentos não podem ser demonstradas de forma artificial.
“Essa mudança da busca das pessoas, que passa do excesso de estrutura urbana para a vivência de algo mais autêntico, beneficia quem manteve essas características de paisagem, de costumes e de produtos, embora não exima esses empreendimentos de trabalhar com profissionalismo e hospitalidade para receber turistas dentro de um padrão de qualidade referenciado”, destacou Marcela.
Esse aspecto também motiva uma série de oficinas sobre valorização de memória familiar ou comunitária que o projeto abre a partir da próxima segunda-feira (17) em parceria com o Museu Histórico e Cultural, no Solar do Barão, voltada para os participantes das novas rotas turísticas.
Turismo de curta duração
Para atingir seus objetivos, o projeto busca a autonomia dos integrantes das rotas em forma de associações, mas também mantendo a necessidade de ações que integrem toda a comunidade dessas áreas na consciência sobre a importância de valorização destas regiões.
O principal crescimento do setor deve ocorrer no turismo de curta duração, motivado pela proximidade com o polo metropolitano de eventos e negócios de São Paulo, que hoje é o maior centro emissor de turistas da América Latina.
Oferecer experiências turísticas autênticas a estes visitantes virá a fortalecer o produto turístico local e ampliar o fluxo para todas as rotas em funcionamento.