Maior riqueza natural do mundo tem contribuição de Jundiaí

Com a nova classificação botânica do Brasil como país com a maior número de espécies vegetais do mundo, as ações ambientais em Jundiaí tornam-se ainda mais visíveis em sua importância. O levantamento feito por 575 botânicos de quinze países concluiu o cálculo de 46.097 espécies de plantas, algas e fungos, com 19.820 delas sendo endêmicas (exclusivas).

Essa riqueza natural tem em Jundiaí a contribuição de casos como as novas políticas socioambientais pactuadas no Plano Diretor Participativo, a conservação da Serra do Japi, o trabalho do Jardim Botânico e a atuação de instituições públicas, privadas e sociais.

Somente no Jardim Botânico, de acordo com o diretor Renato Steck, são 186 espécies de árvores nativas, além de coleções específicas de cactos e suculentas, de cercas vivas, de árvores da mata atlântica, de palmeiras, de plantas aromáticas e medicinais, de plantas amazônicas, plantas africanas, de orquídeas, de plantas da Serra do Japi e de um jardim italiano.

A instituição também atuou, em parceria com técnicos da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, no levantamento de 928 fragmentos de mata atlântica e cerrado na área urbana do município, que vão ser protegidos com o uso de novos mecanismos legais como a transferência do potencial construtivo.

A empresa municipal de águas e esgotos Dae também desenvolveu, com apoio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, um outro estudo de longo prazo que levantou 1,4 mil nascentes de água do município, classificadas de acordo com a qualidade de vegetação do entorno.

Arte da planta Trichogoniopsis adenantha, pesquisada por Luiz Rezende na Serra do Japi

Arte da planta Trichogoniopsis adenantha, pesquisada por Luiz Rezende na Serra do Japi

Esses dados orientaram também outros instrumentos criados no projeto do novo Plano Diretor como o futuro programa de remuneração de serviços ambientais (PSA) para a conservação de áreas rurais de produção de água ou a aplicação de avaliação ambiental estratégica em futuros projetos de maior impacto.

Nessa nova orientação do crescimento urbano de Jundiaí, o uso de zonas periurbanas como transição para as zonas mais protegidas (rurais, de mananciais e das serras) trabalha também para melhorar o cuidado com o território de gestão da Serra do Japi, que vai ser alvo de outro debate futuro e também faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA), que abrange todo o município de Jundiaí.

Na Serra do Japi, com mais de 300 espécies de árvores, também estão presentes 97 espécies apenas entre as samambaias, 71 espécies das mais antigas plantas terrestres como musgos ou hepáticas, 90 espécies apenas na família Asteraceae e 57 espécies da família Solanaceae (parentes distantes do pimentão).

A diversidade botânica, como sabem os estudantes de ensino médio ou fundamental, interage ecologicamente com a diversidade de fauna. O levantamento divulgado em artigos publicados em dezembro na revista Rodriguésia (do Jardim Botânico do Rio de Janeiro) e depois em outras publicações científicas como na Pesquisa Fapesp, é também um alerta sobre os números de espécies ainda desconhecidas, identificadas em uma média de 250 por ano, e da mesma forma de seu risco de extinção.

Os quase 50 mil exemplares de espécies nativas colocam o Brasil como o país continental com maior diversidade de espécies do mundo, seguido por China, Indonésia, México e África do Sul. Em número de espécies endêmicas, perde apenas para grandes ilhas como Austrália, Madagascar e Papua Nova Guiné, cujo isolamento favorece a formação de variedades únicas, e para apenas uma área continental, o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.

Cena de cerrado do Jardim Botânico, usada nos estudos do Plano Diretor

Cena de cerrado do Jardim Botânico, usada nos estudos do Plano Diretor

Prefeitura de Jundiaí


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