Jundiaí renova produção de vinhos de adegas familiares da cidade

Com diferentes tipos de vinho, muitos deles produzidos tradicionalmente há mais de 100 anos, Jundiaí apresenta atualmente 14 adegas artesanais, sediadas em pequenas propriedades reunidas na Cooperativa Agrícola dos Produtores de Vinho de Jundiaí (AVA).

Há registros de presença de uva e vinho desde a colonização portuguesa no século 17, desde quando a produção artesanal foi adotada por parte da população mestiça da vila colonial. Mas tornou-se mais ampla e comercial com a chegada dos imigrantes italianos cerca de 200 anos depois, no final do século 19.

Estandes das adegas surpreendem os visitantes

Estandes das adegas surpreendem os visitantes

Atraindo turistas de todo o País e até do exterior, o setor que se destaca com a 4ª Expo Vinhos, paralela com a 33ª Festa da Uva de Jundiaí, teve momentos de projeção mundial como nos vinhos escolhidos (no caso, a Maziero) para atenderem aos papas católicos Bento XVI e Francisco em suas visitas ao Brasil.

Participam da Cooperativa, criada em 2008, as adegas Beraldo Di Cale, Brunholi,  do Português, Fontebasso, Juca Galvão, Leoni, Marquesin, Martins, Maziero, Mingotti, Negrini, Sibinel e Vendramin.

A cidade tem ainda outras adegas independentes, como a Adega Castanho. Mas a cooperativa coincide também com a Rota Turística da Uva, formando com outros estabelecimentos, como sítios produtores de uva e restaurantes campestres, uma paisagem rural única na cidade.

Tecnologia e inovação
Assim como a produção das uvas Niágara Rosada e Branca teve na mudança do cultivo em espaldeira para o cultivo em “Y” uma forma de superar as limitações de mão de obra, também a produção dos vinhos da agricultura familiar teve inovações.

Em 2016, as adegas reunidas na AVA passam a contar com um pioneiro “caminhão envasador” inédito no Brasil, que abriga o equipamento que promove o engarrafamento para os vinhos produzidos em tonéis em cada adega.

A Pisa da Uva é um símbolo da história do vinho em Jundiaí

A Pisa da Uva é um símbolo da história do vinho em Jundiaí

Os recursos para o projeto vieram do programa de desenvolvimento rural sustentável Micro Bacias 2, financiado pelo Banco Mundial e gerenciado pelo governo do Estado de São Paulo. A medida amplia a qualidade dos produtos, pois o vinho era transportado a granel com riscos para sua integridade. O equipamento vai permitir realizar em cada pequena propriedade o processo que inclui a filtragem e depois o envasamento, o fechamento por rolha e a cápsula (espécie de lacre).

A variedade de produtos envolve vinhos tintos, brancos, roses, secos, suaves, frisantes e outros. Cada adega, criada dentro de uma pequena propriedade rural, tem se especializado cada vez mais em oferecer produtos diferenciados e cultiva uvas além das variedades de mesa que também são usadas (Niágara), outras como as uvas Isabel, Bordô, Moscatel e diversas outras.

Safra e arte
Em 2015, a estimativa de produção de vinhos da agricultura familiar em Jundiaí foi de 150 mil litros. A prática local é produzir o vinho durante a colheita da uva, entre dezembro e fevereiro, e deixá-lo maturando por seis meses para fermentação e repouso, podendo ser engarrafado no segundo semestre.

A atual Expo Vinhos surgiu em 2013, em um resgate do caráter original da Festa da Uva como evento “vitivinícola” em 1934. Uma das atrações de maior repercussão entre turistas é a Pisa da Uva, que homenageia tradições ancestrais e atualmente não usadas de amassar as uvas com os pés para a produção do vinho. A festa inclui também uma exposição de pinturas de ícones de Jundiaí com uma “tinta” produzida a partir dos vinhos locais pela equipe do artista Paulo Borges.

Prefeitura de Jundiaí


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