O novo formato da Festa da Uva de Jundiaí – idealizado a partir de 2013 com a valorização dos produtores rurais e de artistas da cidade, entrada gratuita e uma infinidade de atrações – trouxe uma realidade para quem não abre mão de frequentar este grande evento: a diversidade.
Famílias inteiras, grupos que curtem diferentes estilos musicais, motociclistas, amantes de carros “envenenados”, cavaleiros, crianças, idosos, homens, mulheres… Todo mundo junto e misturado, acompanhando as atrações desta edição da festa – a 32ª em mais de 80 anos de história.
“Jundiaí vai se tornando cada vez mais uma cidade de todas as tribos”, ressaltou o prefeito Pedro Bigardi, na manhã de sábado (31), durante o encontro com donos de carros modificados (tunning) expostos na festa.
No mesmo dia, um pouco mais tarde, foi a vez do rock ser lembrado. Apesar da comemoração mundo afora ser feita sempre dia 13 de julho, em alusão ao megaevento Live Aid, o ‘Dia do Rock’ em Jundiaí foi mesmo em 31 de janeiro. Mais de 3 mil pessoas lotaram a área do palco externo, levadas principalmente pelas bandas Alana, Burt Reynolds, Nox Eterna, Dharma 101, Fistt e Machinage.
Pelo local, fãs de diversos estilos acompanharam de perto as apresentações, que começaram às 18h. Foram mais de quatro horas da mais pura celebração, embalada por algumas das mais relevantes bandas do movimento local, prova de que o rock – esse senhor calvo com mais de 50 anos – se reinventa, se recicla, sem perder o vigor dos dias de Jerry Lee Lewis e Buddy Holly.
Nessa artilharia sonora, não faltou rock nacional, grunge, heavy metal, hard rock, speedy, punk e hardcore – uma munição de primeira linha, prova de que diversas tendências podem, sim, coexistir na mais perfeita afinação. Bastava um olhar panorâmico mais cuidadoso para ver o jovem de cabelo comprido com a namorada de cabeça raspada; um grupo de moicanos, outros com os cachos coloridos, e ainda o penteado Black Power destacando-se entre a multidão.
Ousadia e alegria
Para o produtor musical e vocalista, Luciano Frazani, a proposta desta terceira edição foi ousada. “Chamamos para o casting apenas bandas com repertório autoral. Isso deixou tudo muito eclético. Vai do rock nacional ao trash metal”, conta, explicando que as trocas de palco foram ensaiadas pelas bandas para evitar o mínimo atraso. “Isso é respeito com quem vem até o Parque da Uva prestigiar.”
Era o caso da gerente financeira Lucimara Mendes, que chegava com um grupo de amigas para curtir bandas como “O Bob me Mordeu” (cheio de versões acústicas de clássicos do rock no pavilhão principal), Fistt (com o punk rock) e o heavy tradicional da banda Dharma 101. “Em casa só ouço rock”, garantiu Lucimara, que visitava a festa pela segunda vez nesta edição. Já as amigas Silvana, Karina, Renata, Carla e Tamara não dispensam outros estilos, como a música sertaneja. “O que vale é gostar do que é bom”, garantiram.
A caráter, com a camiseta dos britânicos do Led Zeppelin, o agente administrativo Marcelo Ribeiro dos Santos contou que bandas icônicas como Black Sabbath, Judas Priest e Saxon são presenças garantidas no som de sua casa. “A festa está ótima sob vários aspectos. Para a criançada, para as famílias e para quem curte som, independentemente do estilo”, opinava, enquanto aguardava o início da apresentação do Nox Eterna, quando a área do palco externo já encontrava-se quase tomada por uma legião de roqueiros.
No fim da noite, debaixo da porradaria sonora do Machinage – que tem turnês internacionais no currículo – restaram duas certezas: a renovação do estilo e que uma quarta edição é certa para 2016.
Prefeitura de Jundiaí